Goioerê, sexta-feira, 26 de abril de 2024 ESCOLHA SUA CIDADE

Política

08/02/2017

Ministério Público da Colômbia diz que propina da Odebrecht teria financiado reeleição de presidente Santos

Ministério Público da Colômbia diz que propina da Odebrecht teria financiado reeleição de presidente Santos

O ministério Público da Colômbia informou nesta terça-feira (7) que parte de uma propina que a empreiteira Odebrecht pagou a um ex-senador colombiano "teria sido" destinada à campanha de reeleição do presidente Juan Manuel Santos em 2014.

O ex-congressista Otto Bula, acusado de favorecer a Odebrecht na adição do contrato de uma obra pública, "realizou durante o ano de 2014 duas remessas para a Colômbia (...) na soma total de um milhão de dólares, cujo beneficiário final teria sido a gerência da campanha 'Santos Presidente - 2014'", disse o procurador-geral, Néstor Humberto Martínez, em coletiva de imprensa.

Segundo a acusação, o ex-congressista foi contratado pela empreiteira brasileira para favorecer a adição do contrato da Rola do Sol setor 2, um trecho viário de mais de 500 km que liga o centro do país ao Caribe, cuja execução começou no mandato de Álvaro Uribe (2002-2010).

Bula foi suplente entre 1998-2002 e 2002-2006 de Mario Uribe, primo do ex-presidente Uribe e preso por vínculos como paramilitares.

Do milhão de dólares que supostamente foi enviado para a campanha de Santos, eleito em 2010 para um mandato de quatro anos e reeleito em 2014, "teria sido descontada uma comissão de 10% em favor de terceiros já identificados pelo Ministério Público", acrescentou Martínez.

A Odebrecht carrega uma dívida cada vez maior desde que seu envolvimento nos crimes apurados na operação Lava Jato veio à tona. Em dezembro, o grupo brasileiro reconheceu a prática de suborno na América Latina. Na Colômbia, a empresa admitiu ter pago mais de US$ 11 milhões em propina entre 2009 e 2014.

O ex-senador Otto Bula foi detido no dia 14 de janeiro pela suspeita de receber propina da Odebrecht, a segunda a acontecer na Colômbia por corrupção em contratos com a empreiteira brasileira. O ex-vice-ministro de Transporte Gabriel García Morales, que exerceu o cargo durante o governo do ex-presidente Álvaro Uribe, foi detido dois dias antes.

Morales é suspeito de facilitar o acesso da empreiteira brasileira à construção do setor 2 da Estrada do Sol, um trajeto de mais de 500 km que liga o centro do país à Costa do Atlântico e ao Caribe. O contrato foi firmado em janeiro de 2010, durante o governo Uribe, e segue em execução.

Partido de Uribe investigado
A Justiça também anunciou nesta terça-feira que investiga o pedido do Centro Democrático, o partido chefiado por Uribe, sobre o financiamento da campanha de seu candidato nas eleições presidenciais de 2014, Óscar Iván Zuluaga.

Zuluaga, derrotado por Santos nas eleições, é apontado por ter recebido aportes econômicos da empreiteira para a sua campanha.

Odebrecht teve três convênios com o Estado colombiano, informou o governo em dezembro.

O primeiro deles foi em 2009 para a Rota do Sol setor 2, razão pela qual o ex-vice-ministro dos Transportes, Gabriel García, se disse culpado de receber 6,5 milhões de dólares para garantir que a Odebrecht fosse a empresa habilitada.

Além disso, houve outros dois projetos, ambos no governo Santos: a estrada Puerto Boyacá - Chiquinquirá (centro), adjudicada em abril de 2012, e outro para dar navegabilidade ao rio Magdalena, o afluente mais importante do país, licitado em agosto de 2014.

Propina em 12 países
Em acordo de leniência firmado com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, derivado das investigações da Lava Jato, a Odebrecht admitiu ter pago em propina US$ 788 milhões entre 2001 e 2016 e a Braskem, US$ 250 milhões entre 2006 e 2014, a funcionários do governo, representantes desses funcionários e partidos políticos do Brasil e de outros 11 países. Para o órgão dos EUA, é o "maior caso de suborno internacional na história".

A construtora brasileira pagou propina para garantir contratos em mais de 100 projetos em Angola, Argentina, Brasil, Colômbia, República Dominicana, Equador, Guatemala, México, Moçambique, Panamá, Peru e Venezuela, segundo o Departamento de Justiça dos EUA.

Fonte: GOIOERÊ | CIDADE PORTAL | G1

OPINE!

É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização. © 2017. Todos direitos reservados.

Desenvolvido por Cidade Portal