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Paraná

13/02/2017

Um ano depois de fotos sensuais, bombeira ainda tenta evitar punição

Um ano depois de fotos sensuais, bombeira ainda tenta evitar punição

A bombeira Lilian Vilas Boas, de 32 anos, que teve a prisão determinada pelo 7º Grupamento do Corpo de Bombeiros do Paraná depois de participar de um ensaio fotográfico sensual, recorreu e ainda aguarda a decisão final do Comando-Geral da Polícia Militar (PM). As fotos da curitibana completam um ano neste mês.

A pena prevê que ela fique detida por oito dias. "Ainda estamos aguardando o recurso, a decisão final ainda não saiu. Acredito que possa sair nos próximos meses", afirmou ao G1, nesta segunda-feira (13), o advogado da bombeira, Luiz Carlos dos Santos. Questionado se está otimista, respondeu que não gosta de se manifestar antes de receber a decisão.

O assunto teve bastante repercussão à época da divulgação da pena, em julho de 2016. Em entrevista ao G1, por telefone, Lilian confessou que ficou assustada com a repercussão do caso e preferiu não falar muito sobre o assunto.

Dois depois, em nota oficial à imprensa, ela afirmou estar satisfeita com o surgimento de "um movimento muito positivo para alertar a sociedade de como as mulheres são tratadas dentro das corporações militares e fora dela". Leia a íntegra da nota abaixo.

Hoje, Lilian ainda evitar falar sobre o caso. Logo depois da polêmica, ela pediu para sair do 7º Subgrupamento de Bombeiros e foi atendida. Agora, ela atua no 6º Grupamento de Bombeiros de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.

G1 entrou em contato com a Polícia Militar (PM) e aguarda um posicionamento sobre o assunto.

Em julho do ano passado, a PM informou que não se manifestaria sobre o caso porque a bombeira poderia recorrer à corporação para mudar a sanção que recebeu.

Entenda o caso

Lilian participou do ensaio fotográfico sensual em fevereiro do ano passado, para um projeto do fotógrafo Arnaldo Belotto. Nas fotos, ela aparecia com parte dos seios à mostra. Segundo Belotto, as fotos ficaram no site do projeto por menos de 24 horas.

"Uma delegada civil do Rio de Janeiro acabou 'printando' as fotos e enviando ao comandante em Curitiba", conta. A partir de entntão, Lilian começou a receber pressão dos comandantes para que as imagens fossem retiradas do ar.

A bombeira participou do ensaio porque algumas amigas dela também já haviam sido fotogradas para o projeto de Arnaldo, que, de acordo com ele, tem o objetivo de exaltar o empoderamento feminino e a beleza das mulheres, sem o uso de técnicas de manipulação de imagem.

Mesmo após a retirada das fotos do site, a pressão sofrida por Lilian continuo. À época da polêmica, em entrevista também ao G1, Arnaldo contou que já tinha ido prestar depoimento no quartel algumas vezes.

Segundo a nota de punição publicada em um boletim interno do 7º Grupamento, a punição foi por ela ter exposto "a intimidade e privacidade de seu corpo". A falta foi considerada média pelos superiores, culminando na pena dos oito dias de prisão. O documento é assinado pela tenente Giselle Machado, comandante do grupamento.

Leia a íntegra da nota enviada por Lílian abaixo:

"Devido ao processo estar em andamento, a soldado Lilian Vilas Boas, bombeira do 7° Grupamento de Bombeiros de Curitiba, está impedida de dar entrevista para a imprensa, além disso, segundo o regulamento interno da corporação, torna obrigatório à soldado ter autorização para prestar declarações à imprensa. Entretanto o advogado Dr. Luiz Carlos dos Santos da Trindade, Santos & Rocha - Advogados Associados, especializado em lei militar que está conduzindo o caso, afirma que estão recorrendo à sentença estipulada pela tenente Gisele Machado de oito dias de detenção por Lilian ter participado de um ensaio fotográfico sobre empoderamento feminino.

Lilian, que está acompanhando toda a repercussão da mídia de perto, agradece todas as manifestações e mensagens de apoio que tem recebido. E, apesar de tudo, fica satisfeita por estar surgindo um movimento muito positivo para alertar a sociedade de como as mulheres são tratadas dentro das corporações militares e fora dela, e também por estar levantando a questão da coerência das normatizações aplicadas nos dias de hoje".

Leia a nota da Polícia Militar na íntegra:

"O exercício do poder disciplinar da origem e da solução final do procedimento em relação à bombeira citada se deu no âmbito do 7º Grupamento do Bombeiro, por isso o Comando do Corpo de Bombeiros e o Comando Geral da Polícia Militar do Paraná, se instados em grau de recurso farão a reavaliação sob todas as óticas, seja dos fundamentos da punição ou em relação às suas circunstâncias e dosimetria da pena.

Tanto o Comando do Corpo de Bombeiros quanto o Comando Geral da Polícia Militar do Paraná não podem emitir juízo de valor prévio, pois em algum momento podem ser provocados em grau de recurso".

Fonte: GOIOERÊ | CIDADE PORTAL | G1

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