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29/08/2020

Aborto e Excomunhão - Pr. Pedro R. Artigas

Aborto e Excomunhão - Pr. Pedro R. Artigas

Aborto e Excomunhão

Pr. Pedro R. Artigas

Em 2009, no mês de março, aconteceu um caso como este também por aqueles lados, mais precisamente em Pernambuco quando escrevi uma crônica a respeito do fato, que transcrevo abaixo e acrescento o ocorrido agora no Espírito Santo, e interessante que o questionamento é o mesmo de 11 anos atrás. Somente que agora além de católicos fundamentalistas juntam-se ao grupo os evangélicos também fundamentalistas.

A diferença do caso atual para o acontecido em 2009, é que vivemos no embate político, onde o politicamente correto e os ânimos devido ao Covid 19, estão mais exacerbados que de costume.

Segue abaixo a crônica de 2009, com os enxertos do atual caso: “Temos lido e ouvido muito a respeito do horrendo crime cometido em Pernambuco e agora no Espírito Santo quando um padrasto agora foi o tio, estuprou a pequena enteada de nove anos, no presente caso foi a sobrinha de 10, alegando que não foi estupro, mas consensual e gerando nelas uma gravidez de altíssimo risco.

Não vou polemizar ou criticar a ação das Igrejas, mas quero participar um pensamento que creio ser oportuno no momento. Durante todo o debate que até agora aconteceu, mesmo na declaração de apoio da Sede da Igreja Romana, e de algumas Igrejas Evangélicas, não percebi nenhuma condenação mesmo que leve ao criminoso. Parece-me que o estupro não é condenado pelas Igrejas que se fizeram ouvir, forçando-nos a ter uma atitude ou pensamento errado a respeito. 

Este tipo de crime que atualmente vem se tornando comum na sociedade com diversos casos espocando em todos os lugares, e tornando a vida de muitas crianças e adolescentes um martírio, pois pais ou padrastos, tios e avós sentem-se no direito de ceifar a alegria da vida destas ainda crianças, com consentimento não declarado das Igrejas ao não punir o criminoso mas tornando a vitima em ré,  julgando e sentenciando em pecado mortal, enquanto  os autores estão ilesos.

Em um documentário feito pela rede de TV BBC de Londres no mesmo ano de 2009, as palavras do Papa na África na época, conforme reportagens da mídia impressa,  afirmando que o povo não deve usar preservativo, pois ele não isenta a pessoa de contrair AIDS, vemos uma volta terrível ao tempo em que a Igreja usando de seu poder e dinheiro montou exércitos para retomada de Jerusalém, e provocou na verdade um morticínio até hoje sem parâmetros. E as Igreja Evangélicas dentro de uma visão obscurecida pela vaidade, ou pela ignorância também afirmam que a criança que menstrua está apta para gestar uma nova criança, é por demais difícil de aceitar. Estamos em novo milênio, mas parece que as mentes ao invés de correrem para frente engataram a marcha ré e olham pelo retrovisor da história.

A Palavra de Deus nos relata nos Evangelhos que um grupo de homens bem intencionados, colocaram um código de leis sobre as palavras dos profetas tornando a prática tão difícil e tão complicada que somente alguns conseguiam,  esses homens eram chamados de fariseus, religiosos, muito religiosos, mas impunham rigores para que o povo pudesse se achegar a Deus. Jesus os recriminou, chamou-os de sepulcros caiados, pois por fora eram tão fervorosos, mas por dentro não tinham nada.

Infelizmente hoje o cristianismo em todas as suas vertentes encontra-se pessoas que podem ser denominadas de fariseus. Parecem ser verdadeiramente fiéis, mas por dentro não tem nada que mostre o que o exterior demonstra.

Hoje o cristianismo é dotado de leis humanas, que nos remetem a crimes como o aborto, como o incesto e tantos outros que fazem do lar um terreno perigoso, e da sociedade um lugar deserto. As igrejas escrevem leis, determinam padrões, e esquecem que a Palavra de Deus foi dada a pastores e pescadores que não tinham a instrução, mas tinham o real desejo de servir a Deus. Há um livro do pastor Ricardo Gondim chamado “O que a Bíblia permite e a igreja proíbe” onde o pastor falando aos líderes evangélicos, mas que serve a todos nós, diz: ”quando líderes evangélicos que excluíram, ou influenciaram decisivamente na exclusão dessas ovelhas do seu rebanho, estariam praticando uma correta e sadia exegese bíblica?”

Jesus foi censurado por comer com pecadores, não fazemos nós o mesmo? Não deveríamos tratar da menina, da mãe, dos médicos de maneira amorosa? E olhar para o pai, padrasto, tios e avós como pessoas que necessitam de auxílio? Não é excluindo que vamos incluir, não é usando de autoridade abusiva que o cristianismo voltará a crescer e a dar frutos. Uma sociedade temente a Deus será certamente uma sociedade que saberá enfrentar seus problemas, com a orientação de Deus. Sempre foi assim enquanto Deus esteve no comando das vidas, mas quando o abandonamos ficamos a mercê de nossa própria sorte, e sempre julgamos errado, pois não temos o discernimento do Senhor sobre nós”. Até quando teremos de escrever sobre esses fatos terríveis, dentro de uma sociedade que se diz tecnológica de última geração? E que continua a realizar atos tão abomináveis quanto esses? Essa crônica que escrevi em março de 2009 e atualizei para este último episódio, de uma mesma história de loucura.  Shalom.

Fonte: Pr. Pedro R. Artigas

Pr. Pedro R Artigas

Pr. Pedro R Artigas

Escreve sobre Contato Pastoral

Pedro Rivadavia Artigas

Pastor Metodista formado em 1985 pelo CEMETRE

Especializado em Aconselhamento Familiar

Formado em Técnico Químico em 1969 - Colégio Osvaldo Cruz - SP

Especialização em Marketing pela ADVB - SP em 1974

Atualmente aposentado Cultivando Orquídeas

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