Corrupção

Pr. Pedro R. Artigas

Igreja Metodista

 

Há quatro anos nosso País sofreu um grande abalo sísmico como início de uma operação policial que depois se transformou na maior operação judicial da história recente. Começou com o Impecheament da Presidente da República sra. Dilma Roussef.

Tudo começou com uma simples investigação a respeito de dólares que eram malversados em um posto de gasolina de Brasília, daí o nome de operação lava Jato. Primeiro acreditou-se que fosse em represália a um partido político que antes no poder agora estava alijado dele. Criou-se então uma dualidade no País onde uns defendiam os interesses de um lado e de outro que também defendiam quase que esses mesmos interesses. Criaram-se os apelidos de mortadela e coxinha. O que se pensava que fosse um castigo filosófico ideológico, ou partidário, foi-se verificando que as coisas eram mais profundas que até então se achava.

Um ex-presidente foi sendo investigado, e uma parte até hoje acredita que seja por ódio, enquanto a outra parte dava risada por acreditar que seus maus feitos nunca seriam descobertos. Só que o tempo foi se encarregando de mostrar que ambos os lados estavam tão sujos e encardidos e no mesmo barco de outrora. Ainda hoje vão-se abrindo novas frentes e continuam encontrando muita sujeira, agora não mais importando o lado. Todos estão e continuam sujos. O pior é quanto mais descobrem, mais tem para ser descoberto, em todas as esferas. Não há um só justo ou honesto, apesar de todos se declararem inocentes.

Esse episódio me faz voltar meus olhos para o Livro Santo, e encontro lá no livro de Gênesis capítulo 6, versículo 12 o seguinte: “Ao ver como a terra se corrompera, pois, toda a humanidade havia corrompido a sua conduta,” este momento é quando Deus olha para sua criação e vê no que ela havia se transformado pela, infelizmente, ação do pecado. O que havia sido criado para louvor e adoração a Ele, torna-se corrupta e suja a ponto de Deus buscar dar fim a toda sua criação, como está em Gênesis capítulo 6, versículo 13: “Deus disse a Noé: "Darei fim a todos os seres humanos, porque a terra encheu-se de violência por causa deles. Eu os destruirei juntamente com a terra.”

O senhor Deus acreditava que a justeza de Noé com uma nova humanidade venceria os laços do Maligno, mas novamente sua criação sucumbe, e como nos diz o Rei Salomão em seu livro de Provérbios capítulo 17, versículo 23:”o perverso aceita o suborno  secretamente, para perverter as veredas da justiça”.No tempo do reinado de Salomão já se havia esquecido da lei de Moisés escrita em Êxodo capítulo 23, versículo 8: “também suborno não aceitarás; porque o suborno cega até o perspicaz, e perverte as palavras dos justos”.

Se olharmos para o nosso amado País atualmente veremos que estão cegos todos, e cada um busca o melhor para si, ou procura se esconder dentro do castelo para não ser pego em seu erro e assim ter que pagar por ele. Faz-se leis que podem se tornar refúgio seguro, defensores acumulam recursos junto aos tribunais na tentativa que seus clientes não precisem cumprir a pena imposta por ter o tempo prescrito a penalidade. E ganham fortunas contrariando a lei, para favorecer aos ricos.O profeta Isaías escreve em seu livro o seguinte: “ Os teus príncipes são rebeldes, e companheiros de ladrões; cada um deles ama as peitas, e anda atrás das recompensas; não fazem justiça aos órfãos, e não chega perante eles a causa das viúvas”.  Ou seja, enquanto eles os príncipes da nação escapam das penalidades os pobres são encarcerados logo nos primeiros juízos, e muitos mofam nas cadeias sem terem disso julgados. E a justiça fica a discutir não o direito dos pobres, mas se os ricos devem ir cumprir suas penalidades quando julgados em segunda instância. Como nos falta credibilidade, como nos falta cristandade em nossas decisões. O profeta Amós escreve em seu livro a esse respeito no capítulo 5, versículo 12: “porque sei serem muitas as vossas transgressões, e graves os vossos pecados, afligis o justo, tomais suborno e rejeitais  os necessitados na porta”.

Nosso amado País tem muito a ser modificado, este ano baixamos 17 posições na escala de países com mais honestidade, estamos agora em 96º posição acima de alguns dos mais corruptos do mundo, infelizmente. Temos muita coisa boa, somos um povo cordato, mas falta-nos exatamente a honestidade quando assumimos um cargo público. Esquecemos que somos cristãos, agimos como déspotas, precisamos saber escolher nossos representantes, pedir a orientação de Deus para a escolha, e não termos medo de “errar”, e saber tirar aquele que nos trai também sem medo. Shalon.