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10/03/2018

Desculpa ou perdão - Pr. Pedro R. Artigas

Desculpa ou perdão - Pr. Pedro R. Artigas

Desculpa ou perdão

Pr. Pedro R. Artigas

Igreja Metodista

 

Semana passada tivemos o julgamento do ex-deputado Fernando Ribas Carli em Curitiba, e em dado momento ele se vira para a plateia que assistia ao julgamento no fórum e diz em especial às mães dos dois jovens que ele matou por imprudência, gostaria de todo coração que me desculpassem. Após o julgamento a mãe de um deles em entrevista a um repórter diz textualmente: eu pensei que ele iria se levantar de sua cadeira atravessar todo o átrio do júri e vir até mim me abraçar e pedir perdão.

E eu sinceramente não sei se o desculparia. Aqui está uma pequena grande dúvida, desculpar ou pedir perdão qual a diferença? Vou citar nesse pequeno estudo duas pessoas que falaram a esse respeito, a primeiro é o escritor cristão C.S. Lewis e ele diz o seguinte: “Perdão e Desculpa são duas palavras tão banais no uso, que nem desconfiamos da diferença entre elas. Em um certo sentido, Perdão e Desculpa são palavras quase opostas. O Perdão nos diz "ok, você fez isso, mas eu aceito seu pedido de perdão; não jogarei isso na sua cara e seremos do mesmo jeito que éramos antes". Já a Desculpa, fala "eu percebo que você não podia evitar, sei que realmente você não queria fazer isso; você não é culpado". Assim, um ato falho sem culpa precisa de desculpa, e não de perdão. Da mesma forma, boas desculpas não precisam de perdão - já que o perdão exige culpa - e se você quer ser perdoado, não há desculpas para o que fez - pois pedir perdão é assumir a culpa. Porém, isso não invalida a possibilidade de haver os dois ao mesmo tempo. O problema está em pedirmos desculpas para aquilo que exige perdão”.

O segundo é o senhor Fabio Ferreira de Souza autor de um blog cristão onde ele diz: “Você só pode “Desculpar” alguém que de fato é “culpado”, mas o problema muitas vezes é fazer a pessoa enxergar a sua culpa, pois é impossível desculpar alguém que não se sente culpado.

A culpa pesa, dói, entristece, dá medo, impõe castigo, pena.

Uma forma de desculpar é entender e aceitar o motivo das justificativas do culpado pelo ato e julgando assim as causas que geraram esta culpa. (exemplo: matar por defesa própria, roubar comida para não morrer de fome)

Hoje a maioria das pessoas são “mentirosas descaradas” e para não serem culpadas por quaisquer erros vivem dando desculpas baseadas em justificativas mentirosas. Quando você desculpa alguém você apenas está se preocupando com a culpa, ou com o fato, ou a atitude e não de fato com a pessoa culpada.

Refletindo sobre o Perdão

O perdão está relacionado com o amor, pois redime o culpado.O perdão pode não necessariamente retirar a culpa, mas irá amar o culpado.

O exemplo do filho Pródigo em Lucas 15 , mostra a prática do Amor citado em 1º Coríntios 13, que é o amor de um Pai, um amor de nosso Deus, que é Amor (1º João 4:8), que ”… é paciente, … é bondoso,não inveja, não se vangloria, não se orgulha,não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta”

Veja uma mãe que tem um filho drogado ou ladrão, ela sabe que o filho tem culpa, mas mesmo assim ela sempre perdoa o filho. Afinal qual pai ou mãe não está sempre disposto a perdoar o filho por qualquer erro?

Assim o perdão aproxima o culpado da pessoa prejudicada, e não apenas retira a culpa do culpado, mas cria um vínculo de amor e misericórdia.

O perdão aproxima, sem guardar rancor, mágoas, pois é baseado em amor, e não em leis de justiça!

Conclusão

Desculpar, é tirar a Culpa! Perdoar é Amar o Culpado!

Após esses dois pensadores vamos verificar o ato de desculpa pelo texto bíblico, o senhor Fábio já nos retratou o exemplo do perdão através do pai que recebe seu filho, na parábola do filho pródigo, como também nos relatou a evidência suprema de Deus com a palavra do apóstolo Paulo em sua primeira carta aos Coríntios capítulo 13 nos chamando para a sua realidade. Deus é amor, e seu amor também é justiça, dessa maneira pelo seu imenso amor Ele nos dá o perdão, baseado em sua justiça, que se pedirmos perdão ele nos perdoará.  O Salmo 86, versículo 5, nos ensina: “Tu és bondoso e perdoador, Senhor,rico em graçapara com todos os que te invocam”. No evangelho de Mateus capítulo 11, versículos 25 e 26 diz: “E, quando estiverem orando, se tiverem alguma coisa contra alguém, perdoem-no, para que também o Pai celestial perdoe os seus pecados. Mas, se vocês não perdoarem, também o seu Pai que está nos céus não perdoará os seus pecados".

Dentro desses parâmetros temos então que o jovem ex-deputado errou quando pediu desculpas, deveria ter pedido perdão, pois ele ceifou duas vidas, devido a imprudência de dirigir sob o efeito do álcool, mesmo sob recomendação de seus amigos. E a mãe do jovem que atualmente exerce o cargo de deputada federal também errou, pois sendo ele réu na ação não poderia de maneira nenhuma levantar-se e andar até a plateia para abraçá-la, pois aos olhos da justiça e da polícia poderia ser considerado agressão. Em segundo lugar a mãe do jovem também errou pois ela não queria o perdão, mas que ele se humilhasse indo até ela, que poderia dizer que não o perdoaria ou o desculparia como realmente afirmou em entrevista. Perdão não é base para humilhação, mas refletir sobre a própria culpa de quem cometeu o pecado. O ato de pedir perdão não o exime da culpa, mas em primeiro lugar reata seu compromisso com Deus, e depois busca com o próximo reatar sua antiga relação, retirando toda mágoa que possa existir, liberando os corações para a entrada do amor divino, pois o apóstolo Paulo em sua carta aos Colossenses, capítulo 3, versículo 13   nos ensinou: “Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiverem uns contra os outros. Perdoem como o Senhor lhes perdoou”. Shalon.

 

 

Fonte: Desculpa ou perdão - Pr. Pedro R. Artigas

Pr. Pedro R Artigas

Pr. Pedro R Artigas

Escreve sobre Contato Pastoral

Pedro Rivadavia Artigas

Pastor Metodista formado em 1985 pelo CEMETRE

Especializado em Aconselhamento Familiar

Formado em Técnico Químico em 1969 - Colégio Osvaldo Cruz - SP

Especialização em Marketing pela ADVB - SP em 1974

Atualmente aposentado Cultivando Orquídeas

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